Os 26 Mártires do Mosteiro Zografou

Os 26 mártires do mosteiro Zografou foram queimados vivos no Monte Atos pelo exercito latino, servindo ao Imperador Romano, Miguel  VIII Paleologos. As suas memorias são celebradas em 10 de outubro e 22 de setembro.

História

Em 1274, o Imperador Miguel VIII Paleologos entrou em comunhão com o Papa de Roma na infame União de Lyons durante o Concilio de Lyons, na esperança de que a aliança fortaleceria seu Império da presença invasiva do Búlgaros e Sérvios. A união não foi popularmente recebida, e o Imperador ameaçou de utilizar a força para estabelecer a união se necessário, emitindo um edito em 1278.

Os Monges do Monte Atos foram solidamente opostos á união e mandaram uma carta ao Imperador enumerando as heresias do Papa e da Igreja Católica Romana. Eles instaram o Imperador a por de lado a união, rejeitar a heresia e voltar a ortodoxia. Eles especificamente apontaram que a primazia do Papa, sua comemoração nas Igrejas, a celebração da eucaristia com pão não levedado, e a inserção do "filioque"("e do filho") no Credo, não poderiam ser aceitos pelos Ortodoxos, e eles convidaram o Imperador a mudar sua mente. "Nós vemos claramente", a carta diz, "que você está se tornando um herege, mas nós imploramos a você para esquecer tudo isso e permanecer nos ensinamentos que nós proferimos a você... Rejeite os profanos e novos ensinamentos de falsos conhecimentos, especulações, e adições a Fé".

O Imperador desprezou os monges do Monte Atos por suas oposições. Desde que ele não queria provocar os Gregos, ele decidiu desabafar seus rancores sobre os Atônitas eslavos. Os Cruzados que haviam sido expulsos da Palestina e acharam refugio na Romênia, declararam suas prontidões a estabelecer a autoridade do Papa pelo fogo e pela espada. Michael contratou Turcos e Tártaros também. E exatamente porque alguns Monges se renderam sob a pressão de promessas e torturas, dois monastérios foram perdidos para os latinos: Lavra e Xeropotamou. Os monges desses dois monastérios aceitaram a intrusão latina com subserviente medo. O exercito atacou e matou muitos  monges de diversos monastérios eslavos. Eles enforcaram o Protaton, e haviam matado muitos monges do Vatopaidi, Iveron e outros monastérios( alguns foram enforcados, outros afogados, e outros decapitados no Kayres no Monte Atos), então os latinos atacaram o Zografou. Quando o abade Tomas do Zografou soube do ataque iminente por inspiração, ele falou para a população que todos os quais queriam salvar a si mesmos deveriam fugir, e todos que desejavam o martírio deveriam permanecer no monastério. A maioria dos monges do Zografou deixaram o monastério, mas os mais inabaláveis, vinte e seis homens, em numero, mantiveram-se dentro da torre do monastério. Os vinte e seis homens que permaneceram dentro da torre do monastério eram: Abade Tomas, monges Barsanuphius, Cirilo, Michaeas, Cosmas, Sergius, Hilarion, João, Jó, Cipriano, Savas, João, Martinian, Cosmas, Sergius, Minas, Josafat,, Ioannikios, Paulo, Antonio, Euthymios, Dometian Parthenios e seis leigos.

Os latinos estavam em breve em frente ao monastério. Inicialmente eles gesticularam para os monges para abrirem os portões para eles entrarem: se eles reconhecessem a supremacia do Papa de Roma eles não teriam nada a temer a não ser suas misericórdias e muito ouro que eles iriam ganhar. Os monges responderam para eles do topo da torre: " E quem disse a você que o Papa é a cabeça da Igreja? De onde vem esse ensinamento o qual vocês trazem ? Para nós a cabeça da igreja é apenas Cristo! É fácil para nós para escolhermos a morte em vez de ceder e contaminar este lugar sagrado por suas violências e Tirania; nós não devemos abrir os portões do monastérios!" Os latinos responderam com raiva: "Então morram", e a madeira reunida em volta da torre foi acendida provocando um grande fogo para queimar eles vivos.

Os Santos Mártires cantaram hinos a mãe de Deus enquanto a torre queimava, e deram suas almas a Deus em 10 de Outubro de 1282. Em dezembro do mesmo ano, o  deshonroso Imperador Michael morreu em pobreza, quando o Rei Sérvio Milutin levantou-se contra ele na defesa da ortodoxia.

O Miraculoso Ícone da Theotokos e a revelação dos abades.

Pela Providencia de Deus, um grande numero de milagres e manifestações Celestiais ocorreram durante o Martírio dos seus servos. No dia em que os latinos se estabeleceram no Zografou, um velho monge teve uma obediência em um vinhedo a meia hora de distancia do monastério. No tempo prescrito ele leu um akisthos em frente o ícone da Mãe de Deus. No entanto, quando ele começou a dizer a palavra "alegra-se" uma voz veio para ele do ícone: " Alegre-se você também, O Ancião, corre daqui agora ou infortúnios irão cair em ti, vá e conte aos irmãos do monastério para trancarem-se, pois os latinos inimigos de Deus têm atacado esta, minha montanha escolhida,e eles estão quase perto."O ancião assustado gritou com medo: "Como eu te deixaria aqui, Minha Rainha e Intercessora ?" e então ele ouviu mais uma vez a voz: " Não se importe comigo, porem vá rápido !".
O Ancião foi imediatamente ao monastério avisar aos irmãos(o qual é o significado do nome "Proangellomeni", que é dado a este ícone). Porém quando ele alcançou os portões do mosteiro, ele encontrou o mesmo ícone da Mãe de Deus, de uma forma miraculosa o ícone havia precedido ele no monastério. O incrível Ancião relatou tudo o que havia sido relevado a ele aos abades e aos irmãos. E todos eles glorificaram Deus e a Mãe de Deus. O ícone miraculoso da Virgem o qual eles tinham  foi achado ileso nas ruínas da torre, e este foi colocado na tela do santuário na capela da Dormição da Theotokos( no topo do katapetasma, onde os ícones despóticos são normalmente colocados), onde, embora pintado devido ao trabalho de restauração, ele continua até hoje. Os monges búlgaros do Zografou chamam este de "Chairovo", ou seja " Nossa senhora da aclamação(Hail)", e nas liturgias da capela, as saudações são usadas, em vez de um hino de comunhão. O lugar onde a milagrosa revelação para o Ancião aconteceu é conhecida até hoje pelo de nome de "Cherovo". 

O milagre de 10 de outubro de 1873
Uma vez, durante a celebração da festa dos 26 mártires de Zografou, em 10 de outubro de 1873, houve uma vigília durante a noite inteira. Era uma noite sem lua. Na metade da noite, enquanto os monges estavam cantando e lendo sobre a vida dos Santos Mártires da Igreja, um barulho foi subitamente ouvido, e sobre a igreja um pilar de fogo apareceu, estendendo-se da terra até o céu. Isso era tão brilhante que coisas à distancia poderiam ser vistas como se fosse meio-dia. Esta maravilhosa manifestação durou aproximadamente um quarto de hora e em seguida desapareceu.

Hinos de louvor: Os santos mártires de Zografou

                    Por São Nikolai Velimorovich

Heróis de Zografou, Cavaleiros da Verdade.

Sacrificaram-se pela Fé Ortodoxa.

E envergonharam os orgulhos, latinos sem vergonhas.

Como suas almas levantaram-se para o Reino de Deus

As chamas da torre aumentaram-se para o céu.

Como os monges no fogo enviaram as orações para Deus!

O Céu com seus anjos contemplaram esse espetáculo.

Como os criminosos rastejaram como vermes abaixo da torre.

Nas chamas, abade Tomas, um verdadeiro pai

Encorajou seus irmãos, e começou os Psalms:

Ele que glorifica a Deus não teme a morte,

E ele que morre por Deus não irá perecer

O sacrifício foi oferecido, e o altar de oblações permanece:

Os corpos foram queimados, as almas voaram,

E por este sacrifício, Zografou cresceu em glória. 

Com magnificência eterna e verdade.

São Jorge, o cavaleiro acalentou seus cavaleiros

Como a Mãe de Deus acalentou os cidadãos celestiais.

Nestes cavaleiros da justiça, a Igreja alegra-se:

Eles são suas crianças, seus ramos frutíferos.

Fonte: http://www.johnsanidopoulos.com/2009/10/26-martyrs-of-zographou-monastery.html