domingo, 23 de agosto de 2015

São Paísios: "Um Cristão Não Deve Ser Fanático"


Um cristão não deve ser fanático; ele deve ter amor e ser sensível para com todas as pessoas. Aqueles que atiram comentários, mesmo que sejam verdadeiros, podem causar danos.

Eu, uma vez conheci um teólogo que era extremamente piedoso, mas que tinha o hábito de falar com as pessoas seculares ao redor dele de uma maneira muito brusca; seu método penetrava tão profundamente que sacudia-os severamente. Ele me contou uma vez: "Durante uma reunião, eu disse tal e tal coisa para uma senhora". Mas a maneira como ele falou isto, esmagou-a.
"Olhe", eu disse para ele, "você deve estar jogando coroas de ouro cravejada de diamantes para outras pessoas, mas a maneira que você joga-as pode esmagar suas cabeças, e não apenas das sensíveis, mas das saudáveis também."

Não vamos apedrejar nosso companheiro, em uma assim chamada "forma cristã". A pessoa a qual - na presença de outros- verifica alguém por ter pecado ( ou fala de uma forma apaixonada a respeito de certa pessoa), não é movida pelo Espírito de Deus, ela é movida por outro espírito.

O caminho da Igreja é amor, e este difere do caminho dos legalistas. A Igreja vê tudo com tolerância e procura ajudar cada pessoa, seja o que for  que ela tenha feito, por mais pecadora que ela seja.

Tenho observado um tipo peculiar de lógica em certas pessoas piedosas. Suas piedades são uma coisa boa; e suas predisposições para o bem são também uma boa coisa; no entanto, um certo discernimento espiritual e amplitude são necessários, de modo que as suas piedades não seja acompanhada de uma mentalidade estreita ou uma forte falta de cabeça. Alguém que está verdadeiramente em um estado espiritual deve possuir e exemplificar discernimento espiritual, caso contrário, ele permanecerá para sempre ligado à "letra da lei", e a letra da lei pode ser bastante mortal.

Uma pessoa verdadeiramente humilde não se comporta como um professor; ele irá escutar; e, sempre que seu parecer for solicitado, responderá humildemente. Em outras palavras, ele responde como um estudante. Quem crê ser capaz de corrigir os outros é cheio de egoísmo.

Uma pessoa que começa a fazer algo com uma boa intenção e eventualmente chega a um ponto extremo, carece de verdadeiro discernimento. Suas ações exemplificam um tipo de egoísmo latente que está escondido sob esse comportamento; ele está inconsciente disso, porque não se conhece bem, e por isso ele vai para os extremos.

Isto é como os adoradores de ícones e os combatedores dos ícones. Extremo era um, e extremo também era outro!

Os primeiros chegaram ao ponto de raspar o ícone para lançar a poeira no Santo Cálice; de modo que a comunhão pudesse se tornar melhor, e os segundos queimaram os ícones e os jogaram fora.

É por isso que a Igreja foi forçada a colocar os ícones no alto, e após terem passado as perseguições, eles trouxeram para baixo, para que pudéssemos venerar eles e honrar a pessoa retratada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário