domingo, 28 de dezembro de 2014

Dois Convertidos de Roma (parte 2)

                                            São Macário, o Romano
Comemorado 19 de Janeiro e 15 de agosto

São Macário nasceu em Roma, em uma rica e famosa família italiana . Ele recebeu uma excelente educação e um futuro brilhante estava diante dele, mas isso não era o que o preocupava. Este foi o tempo da Reforma, um cisma que abalou a cristandade ocidental; Enquanto isso, Roma estava se afogando em luxo e licenciosidade. Esta situação entristeceu o jovem que não conseguia pensar em nada, a não ser em como salvar a sua alma. Ele buscou respostas às suas atormentadas perplexidades nas Sagradas Escrituras e nos escritos patrísticos, eo Senhor indicou-lhe o caminho da salvação, por meio da Igreja Ortodoxa Oriental. 

Então, secretamente, uma noite, vestido como um peregrino, com um cajado na mão, o jovem deixou a sua terra natal. Ele deu o seu dinheiro para os pobres e tornou-se ele mesmo um homem pobre, deixando para trás sua família e entes próximos.

Sua viagem para o norte da Rússia, uma terra completamente estranha para ele, foi difícil, mas finalmente ele chegou a Novgorod. O recém-chegado apreciou muito do que viu na cidade, com as suas inúmeras igrejas e mosteiros, a vida rigorosa dos monges e a forma patriarcal de vida. Ele visitou todos os seus sagrados santuários e finalmente chegou às margens do rio Svir, onde Santo Alexander tinha fundado o Mosteiro da Santíssima Trindade. Lá, ele foi recebido calorosamente, Sto. Alexander uniu o recém-chegado à Igreja Ortodoxa, aceitou-o para a fraternidade e, finalmente, tonsurou ele, dando-lhe o nome de Macário.

O novo monge, no entanto, sonhava com a vida eremítica. Mais uma vez ele fez uma peregrinação a Novgorod e, em seguida, se isolou em uma pequena ilha nas margens pantanosas do rio Lezna, uma área cercada por floresta densa, localizada cerca de 45 quilômetros de Novgorod e 53 quilômetros de Petersburgo. Lá, ele se entregou à oração incessante e aos trabalhos monásticos.


Tal vida não deve ter sido fácil para um nativo da ensolarada Itália: os invernos eram severos, e os verões quentes e úmidos, com nuvens de mosquitos. O eremita se alimentava com bagas silvestres, gramíneas e raízes. Até alguns ursos vieram, e ele os cuidou e os deu alimento.

Uma vez, houve uma batida na porta da sua cela: alguns viajantes exaustos tinham perdido o caminho -"Se não fosse por suas orações, ó homem de Deus, nunca teríamos encontrado a sua cela e teríamos perecido nos pântanos onde estávamos caçando!", "Não foi minha oração pecaminosa", respondeu o santo , “mas foi a graça de Deus que trouxe vocês até aqui." Então o santo deu-lhes comida e, depois de uma breve conversa, rezou com eles e lhes mostrou uma rota segura para fora do pântano. Os caçadores olharam para o santo eremita como se fosse um anjo, eles ficaram impressionados com a sua humildade e sobretudo com a sua perseverança na vida ascética.


Desta forma, São Macário se tornou conhecido, as pessoas começaram a vir a ele em busca de conselhos, bênçãos e orações. Ele nunca negou qualquer ajuda espiritual, mas com isso a sua solidão foi perturbada, e a glória era onerosa. Então ele foi mais fundo na floresta e, nas margens do mesmo rio, e construiu uma outra cela. Aqui, no entano, a vontade de Deus manifestou-se de forma clara, acima de sua nova cela, ás vezes aparecia uma coluna de fogo, ou então uma nuvem perfumada subindo em direção ao céu, então logo as pessoas descobriram novamente o seu paradeiro. Muitos começaram a pedir a sua bênção para se acomodarem lá com ele, "Que seja feita a vontade de Deus", disse o santo.

Uma igreja foi construída, dedicada à Dormição da Mãe de Deus, e tambem celas para os irmãos. O Arcebispo Macário de Novgorod ordenou o santo e, por volta do ano 1540, nomeou-o abade do novo mosteiro. À São Macário foi concedido os dons de clarividência e o de realizar abençoados milagres. Após o seu repouso, ele aparecia freqüentemente em visões para pessoas doentes, abençoando-os a beber água da fonte a qual ele tinha cavado, e com isso os enfermos eram curados.


Antes de morrer, São Macário voltou para a sua primeira comunidade monástica e ali, na festa da Dormição, 15 de agosto de 1550, ele deu a sua alma ao Senhor. Os irmãos o sepultaram junto à Igreja da Dormição e construiram uma outra, dedicada a São Sabbatius de Solovki. Em seu testamento, São Macário intimou os monges á respeitar estritamente a regra monástica, á difundir o Evangelho e cuidar da iluminação espiritual e atender as necessidades da população local. Seu testamento foi cumprido.

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