segunda-feira, 16 de maio de 2016

A Linguagem e os Nomes Divinos


O Nome de Cristo está permeado pelas energias divinas:

"[Q]uestão profunda e misteriosa da natureza dos nomes. Serão convencionais, como acredita Aristóteles? Ou, conforme a opinião dos estoicos, são tirados da natureza, em que os primeiros vocábulos imitam os objetos que estão na origem dos nomes - visão segundo a qual eles propõem certos princípios de etimologia? Ou então, conforme a doutrina de Epicuro, divergindo da opinião de Pórtico, os nomes existem naturalmente, e os primeiros vocábulos adequados às coisas? [...] Se pudéssemos, na presente questão, estabelecer a natureza dos nomes "eficazes", alguns dos quais são usados pelos sábios do Egito, pelos doutos entre os magos da Pérsia, pelos brâmanes ou samaneus entre os filósofos da Índia, e assim adiante em cada povo; se fôssemos capazes de provar que aquilo que chamamos magia não é, como pensam os discípulos de Epicuro e de Aristóteles, uma prática de todo incoerente, mas, como demonstram os peritos nesta arte, um sistema coerente, cujos princípios são conhecidos de poucos: diríamos que os nomes Sabaoth, Adonai e todos os outros transmitidos entre os hebreus com grande veneração não são dados segundo realidades comuns ou criadas, mas conforme uma misteriosa ciência divina que é atribuída ao criador do universo. Haveria muitas outras coisas a dizer a respeito dos nomes contra os que pensam que devemos ser indiferentes a seu emprego. E se é verdade que admiramos Platão por ter dito em Filebo: "Minha reverência, Protarco, pelos nomes dos deuses é profunda", quando Filebo, interlocutor de Sócrates, chamara deus o prazer, quando mais haveremos de aprovar a piedade dos cristãos que não aplicam ao Criador do universo nenhum dos nomes em uso nas mitologias!"

 Orígenes, Contra Celso

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